27.3.10

o monstro

Truz truz, bate o monstro à porta.
-Quem é? - Pergunta a rapariga indefesa.
-Sou eu, o monstro. Aquele que te serve as tentações proibidas numa bandeja. Estão fresquinhas, acabadas de chegar.
-E porque hei eu de as aceitar? - questiona desconfiada ainda de porta fechada - Não tenho como as sustentar, não sei como utilizar sem exageros. Fico desequilibrada e demente.
-Perder o juízo é sinónimo de viver.
-Qual é o teu aspecto?
-A minha camada superficial brilha e cheira às flores do teu jardim. Mas o meu controlo mental é demasiado poderoso para te explicar, sou capaz de fazer com que todos os poros do meu corpo libertem cheirinho de morangos ou de chocolate. Do que quiseres.
-E que mais consegues fazer?
-Consigo o que tu quiseres, não preciso pensar em consequências. Nada me afecta. Queres um bocado?
-Não, acho que não.
-Como queiras. Já agora, queres as tentações que te trago hoje?
-Está bem.

Sem comentários: