27.9.10

Chega finalmente ao quarto de hotel depois de passar um dia cansativo na cidade desconhecida. A vontade efémera de conhecer outro sítio, que não a sua zona de conforto, chegara ao fim. Finalmente pode passar o cartão na ranhura da porta do quarto de hotel e entrar no cubículo solitário onde nem aranhas habitam na teia que se vê no canto da sala. Olha para a aparelhagem, velha e ultrapassada, e carrega no play com a ânsia de sentir que há vida em mais qualquer outro lado. Ao som daquele punk estalado, bruto e rasgado do outro milénio, deita o corpo desgastado no colchão da cama vermelha que se confunde com os cabelos ruivos agora nela pousados. Alguém bate a porta. Ela não estava à espera, mas sabe bem quem é. "Entra...", diz, "...sozinho", pensa.

Sem comentários: